A vida acadêmica de uma criança precisa ser acompanhada com zelo e atenção, já que a aprendizagem
não passa apenas pela escolha consciente da escola, por métodos de aprendizagem, ou ainda pelos limites trabalhados com ela. Para garantir desenvolvimento qualitativo, também é preciso cuidar do que envolve a criança no dia a dia.
Escolher uma alimentação saudável faz toda a diferença, tanto para a saúde quanto para o desempenho, vitalidade e energia do estudante. Esse item é considerado tão importante, que o MEC (Ministério da Educação e Cultura) disponibiliza desde de 2007, um curso intitulado “Alimentação e Nutrição no Brasil”, que aborda consideráveis diferenças entre comer e nutrir. Um exemplo bastante relevante desse tema é o excesso de açúcar, ou de alimentos ultra processados, os quais desencadeiam agitação e dificuldades na concentração, fator que interfere na eficácia do processo de aprendizagem da criança e do adolescente.
O uso excessivo das telas é outro fator extremamente prejudicial nesse processo.
Evelyn Eisenstein, pediatra que coordena o Grupo de Trabalho de Saúde na Era Digital da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), explica que, antes dos 2 anos, crianças não devem ter contato com as telas, pois a exposição a elas nessa idade pode atrapalhar e atrasar processos mentais e cognitivos, como a aquisição de linguagem, o que ocasionando atraso na fala.
Para os pré-adolescentes, o abuso do uso das telas pode suscitar a introversão, dificuldade para socializar e também o desenvolvimento de doenças psicológicas, tais como a depressão e a ansiedade.
Nesse meio, há também a SPA (Síndrome do Pensamento Acelerado), que acomete grande quantidade de adolescentes atualmente. Entre os sintomas desta síndrome estão a ansiedade, falta de concentração, irritabilidade, cansaço físico, dores de cabeça e/ou musculares.
A equipe pedagógica do Colégio Meta alerta para a importância do olhar atento da família diante desses sintomas: “É importante que a família dedique muita atenção a esses fatores, principalmente para não confundir a síndrome (SPA) com o TDAH (Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade)”.
A coordenadora Marcia Petrelli explica ainda que esse cenário foi intensificado, após o período de pandemia: “Hoje, tanto a escola quanto a família ainda estão aprendendo a ressignificar o uso das telas e agir para que a convivência familiar e o meio escolar sejam devidamente preservados. As crianças e até mesmo os adultos precisam de atividades sem tela”.
Por fim, Marcia orienta o que pode ser feito pela família para que as crianças se desconectem das redes e das telas: “Nos finais de semana, o ideal é que a família procure programas que possam promover a participação conjunta, como passeios, conversas, leituras, ou até mesmo os jogos de tabuleiro, como dama e dominó. Aprender é um ato contínuo em ritmo e intensidade diferentes para cada indivíduo, porém, absolutamente necessário”, finalizou.
